É inegável a crise que a Saúde Suplementar enfrenta. As operadoras sofrem com a alta de custos, incremento de novas
tecnologias e o crescimento das fraudes.
Os clientes pessoas físicas e as empresas que contratam um plano de saúde, veem as mensalidades crescerem muito acima da inflação oficial.
E a inserção de novas coberturas autorizadas pela ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar pressiona ainda mais os custos da saúde.
Além dos reajustes para recomporem seus preços, as operadoras têm renegociado os contratos com prestadores, “congelado reajustes” e até diminuído a quantidade de prestadores credenciados.
E parte do setor iniciou uma ofensiva para conter as fraudes e abusos na utilização dos planos.
E diante da impossibilidade de reajustarem seus preços de acordo com a inflação do setor e não diminuir a qualidade do serviço, os prestadores tem buscado alternativas no mercado.
Neste cenário entram em cena as empresas denominadas clínicas populares ou medicina popular.
Para a realização de procedimentos simples como consultas médicas, terapias e exames básicos, essas empresas tem suprido muitas necessidades dos cidadãos.
Há uma ampla oferta de serviços desse tipo. Geralmente as empresas disponibilizam clínicas e consultórios parceiros, e fazem o encaminhamento e/ou agendamento, cobrando um valor por isso.
Para os profissionais de saúde, clínicas e laboratórios, é uma forma de expandir o volume de atendimento, até diminuindo a ociosidade de alguns desses prestadores.
Os preços negociados entre os prestadores e essas clínicas geralmente são baixos. Mas existe a vantagem de não ter burocracia, como as guias e liberações das operadoras.
E o repasse médico é ágil, facilitando o fluxo de caixa dos médicos, clínicas e laboratórios.
E para o paciente é vantajoso, diante da demora em alguns casos no atendimento pelo SUS. E também pode haver o parcelamento em alguns locais, quando o valor do procedimento médico
é um pouco mais elevado.
O momento atual da saúde brasileira é complexo. Os vários agentes envolvidos, a busca pela racionalização dos custos e o constante aprimoramento tecnológico, impõem grandes desafios ao setor.
E nesse contexto os prestadores têm uma grande oportunidade de alavancar seus negócios. Com o aprimoramento dos processos, aprofundamento tecnológico e a busca constante da qualidade
no atendimento humanizado, o setor deverá sair fortalecido dessa crise. E o mais importante: exceto a regulação da Saúde Suplementar e do SUS, o mercado em geral tem encontrado os meios
corretos para crescer de forma sustentável sem a interferência governamental.